MYRTACEAE

Myrceugenia scutellata D.Legrand

Como citar:

Raquel Negrão; Marta Moraes. 2019. Myrceugenia scutellata (MYRTACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

NT

EOO:

197.583,488 Km2

AOO:

100,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência nos estados: ESPÍRITO SANTO, municípios Conceição do Castelo (Hatschbach 49937), Santa Teresa (Kollmann 8507) e Venda Nova do Imigrante (Hatschbach 61504); MINAS GERAIS, municípios Camanducaia (Meireles 1049) e Delfim Moreira (Ivanauskas 6500); PARANÁ, municípios General Carneiro (Hatschbach 30712), Paula Freitas (Hatschbach 30670) e Piraquara (Silva 1660); RIO DE JANEIRO, município Nova Friburgo (Moraes 242); SÃO PAULO, municípios Campos do Jordão (Robim 360), Cananéia (Batista 71) Cunha (Lucas 349), Santo André (Faria 2990), São Miguel Arcanjo (Moraes 638); SANTA CATARINA, municípios Otacílio Costa (Reitz 11937).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Raquel Negrão
Revisor: Marta Moraes
Critério: B2a
Categoria: NT
Justificativa:

Árvores 20 m de altura, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Ocorre nos domínios da Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Popularmente conhecida por Guamirim, foi coletada nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Apresenta AOO= 96 km² e está sujeita a mais de 10 situações de ameaça. O desmatamento e a expansão urbana (Simões e Lino, 2003; Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) são os principais responsáveis pelo declínio de EOO, AOO, qualidade do habitat e de subpopulações. A espécie foi considerada “Quase ameaçada” (NT) em avaliação de risco de extinção anterior, em nível nacional (Martinelli e Moraes, 2013). A revisão de coleção e inclusão de novos registros aumentou pouco os valores de distribuição da espécie. Portanto, a avaliação da espécie foi mantida como “Quase ameaçada” (EN), em razão de distribuição restrita associada a declínio contínuo, por causas não cessadas. Três estados de ocorrência da espécie (Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina), foram reportados entre os cinco estados que ainda não conseguiram sustentar o compromisso de desmatamento zero para o Bioma Mata Atlântica, apresentando taxas de desmatamento inaceitáveis, acima de 1000 ha no período de 2017-2018 (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). A espécie ocorre em cinco Unidades de Conservação de proteção integral e não forma encontrados dados populacionais atualizados. Portanto, são necessárias ações de pesquisa (atualização da informação sobre tamanho e tendências populacionais), monitoramento das populações encontradas mais recentemente e ações de conservação (programas de conservação ex situ).

Último avistamento: 2016
Quantidade de locations: 15
Possivelmente extinta? Não
Razão para reavaliação? Other
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada como "Vulnerável" (VU) À extinção na lista vermelha da IUCN (Pires O'Brien, 1998). Posteriormente, avaliada pelo CNCFlora/JBRJ em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Quase ameaçada" (NT), sendo necessário que tenha seu estado de conservação reavaliado após cinco anos da última avaliação.

Houve mudança de categoria: Não
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 NT

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Flora Ilustrada Catarinense 436. 1970. Conhecida pelo nome popular Guamirim em

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Foi realizado um estudo fitossociológico no distrito de Monte Verde, Município de Camanducaia (MG), onde foram encontrados nove indivíduos de Myrceugenia scutellata (Meireles, et al. 2008).
Referências:
  1. Meireles, L.D., Shepherd, G.J., Kinoshita, L.S., 2008. Variações na composição florística e na estrutura fitossociológica de uma floresta ombrófila densa alto-montana na Serra da Mantiqueira, Monte Verde, MG. Rev. Bras. Botânica. doi:10.1590/s0100-84042008000400003

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila Mista
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Árvores de até 20 m de altura (Britto 70), ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica na Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) e na Floresta Ombrófila Mista (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Myrtaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB10656>. Acesso em: 07 Jun. 2019

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat,mature individuals past,present,future national very high
O Atlas da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. O desmatamento da Mata Atlântica entre 2017 e 2018 caiu 9,3% em relação ao período anterior (2016-2017), que por sua vez já tinha sido o menor desmatamento registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o bioma desde 1985. Além disso, foi verificado aumento do número de estados no nível do desmatamento zero, de 7 para 9, sendo que outros 3 estão bem próximos. Nos estados onde a espécie ocorre foram desmatados 19 ha no Espírito Santo, 3.379 ha em Minas Gerais, 2.049 ha no Paraná, 18 ha no Rio de Janeiro, 96 ha em São Paulo e 905 ha em Santa Catarina,
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2017- 2018. Relatório Técnico, São Paulo. 35p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat past,present,future national very high
Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003).
Referências:
  1. Simões, L.L., Lino, C.F., 2003. Sutentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac.

Ações de conservação (4):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
Foi registrada em Reserva Ecologica Municipal de Macaé de Cima (Moraes 242), Parque Estadual Carlos Botelho (Moraes 598), Parque Estadual da Serra do Mar (Lucas 349), Parque Natural Municipal de Paranápiaçaba (Faria 2990) Parque Estadual da Ilha do Cardoso (Batista 71).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente -SEA : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção : Território Paraná - 33 (ES) e Território Rio de Janeiro - 33 (RJ).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie foi avaliada como"Vulnerável" (VU) à extinção na lista vermelha da IUCN (Pires O'Brien, 1998).
Referências:
  1. Pires O'Brien, J., 1998. Myrceugenia scutellata. The IUCN Red List of Threatened Species 1998: e.T35662A9942935. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.1998.RLTS.T35662A9942935.en. (Acesso em 24 de setembro de 2019).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.